
Com a chegada do outono e a intensificação do clima seco, as infecções respiratórias voltam a preocupar famílias e profissionais de saúde em Goiás. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal causador dessas doenças em crianças, já provocou um aumento expressivo nos atendimentos hospitalares em 2025. No Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), os casos subiram 37,5% entre janeiro e abril, em comparação com o mesmo período do ano passado.
A situação se agrava especialmente entre bebês com menos de um ano, prematuros e crianças com comorbidades como cardiopatias ou doenças pulmonares crônicas. Segundo o infectologista pediátrico do HDT, Fernando Oliveira Mateus, os quadros mais graves são observados nesses grupos de risco. “Em casos severos, não é apenas um resfriado. Pode haver falta de ar, queda na saturação de oxigênio e até risco de desidratação”, alerta.
Casos em alta e início precoce da sazonalidade
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), entre janeiro e maio de 2025 já foram notificados 1.009 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pelo VSR, com 16 mortes. No mesmo período de 2024, foram 726 registros e 13 óbitos. O vírus circula sazonalmente entre março e julho, mas neste ano os primeiros casos apareceram já em fevereiro, antecipando a preocupação entre especialistas.
Sintomas e cuidados
O VSR pode causar desde sintomas leves, como coriza, espirros e tosse, até sinais de alerta, como dificuldade para respirar, recusa alimentar, febre alta e letargia. O tratamento é, na maioria das vezes, sintomático — com hidratação, alimentação adequada e suporte respiratório nos casos mais graves.
Prevenção é a melhor proteção
Para proteger as crianças, o HDT orienta que pais e responsáveis adotem medidas simples, mas eficazes:
- Evitar aglomerações e ambientes fechados, especialmente com bebês pequenos;
- Lavar frequentemente as mãos e higienizar superfícies;
- Não levar a criança doente à escola ou creche;
- Buscar atendimento médico ao menor sinal de agravamento dos sintomas.
Na rede pública, bebês com fatores de risco recebem anticorpos monoclonais durante o período crítico. Já na rede privada, a vacinação contra o VSR é recomendada para gestantes entre a 32ª e 36ª semana, ampliando a proteção desde o nascimento.
Atenção redobrada salva vidas
Com o clima seco e as baixas temperaturas típicas do período, a prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para evitar complicações. Especialistas reforçam que toda criança com sintomas respiratórios persistentes deve ser avaliada por um profissional de saúde.
A orientação é clara: a atenção e o cuidado das famílias podem fazer a diferença entre um quadro leve e uma internação grave. Em tempos de aumento nas infecções, informação e prevenção são as maiores aliadas da saúde infantil.